Para dar continuidade ao conjunto de entrevistas que estou a realizar às pessoas que representam os meus "outros significativos" e que de uma forma ou de outra fazem parte do meu quotidiano, escolhi o meu Fisioterapeuta de eleição.
Paulo Barreira é Fisioterapeuta há apenas 5 anos, mas demonstra ser um profissional que classifico como exemplar. Fez a pós-graduação em Fisioterapia Desportiva na Universidad Europea de Madrid-Real Madrid Estudos Universitários e sendo um estudioso por natureza, consegue dividir-se nas mais diversas tarefas relacionadas com a profissão, executando-as com a perfeição que o caracteriza. Actualmente tem a sua própria clínica, dá aulas na faculdade onde se formou e ainda tem tempo para frequentar o 4.º ano da Escola de Osteopatia de Madrid. Tudo em prol da Fisioterapia Desportiva...
Paulo Barreira na primeira pessoa...
Mélissa: Certamente ainda se lembra da primeira vez que recorri à sua clínica para que me tratasse uma lesão que ninguém conseguia tratar. Quer contar-nos qual foi a sua primeira impressão?
Paulo Barreira: Com franqueza a primeira impressão foi a de conhecer uma atleta que se apresentava com um elevado grau de motivação para solucionar uma lesão que a vinha a condicionar há algum tempo, mas com um certo receio de ver defraudadas as suas expectativas em relação a mais um processo de recuperação, com um Fisioterapeuta até à data desconhecido, uma clínica que não conhecia, etc.
M: Cedo se apercebeu da importância da bola na minha vida. Como encarou a responsabilidade de me devolver a alegria de voltar a jogar sem limitações?
PB: É sempre uma tarefa complicada. Intervir em casos de lesões com carácter crónico como a tua traz-nos sempre obrigações acrescidas, uma vez que temos de pensar sempre que já algumas coisas foram tentadas sem sucesso, ou que existe alguma condicionante no processo de reabilitação. A juntar a isso lida-se sempre com um grau de ansiedade por parte do paciente. Claro que existiu de minha parte a responsabilidade e desejo pessoal de que as coisas corressem bem, pois acaba por ser motivante para mim como Fisioterapeuta encarar esse tipo de desafios, ou seja, intervir em lesões com cronicidade associada, e depois verificar que o atleta volta a estar satisfeito com o seu rendimento físico. É de facto motivante e a melhor parte da nossa profissão, a meu ver, claro!
M: E como me caracteriza enquanto sua paciente?
PB: Da melhor maneira, penso eu. E digo isto porque para mim, enquanto Fisioterapeuta, gosto de trabalhar com atletas na verdadeira essência da palavra, ou seja, que respeitem o seu corpo para atingir os índices físicos que se propõem e para estarem continuamente a melhorar. Classifico-te como uma dessas atletas. E depois claro, tendo essa consciência do respeito pelo teu corpo tornas-te uma pessoa que nos processos de recuperação, da mais complicada à simples lesão, colaboras a 100%, e além de motivador para mim, os resultados da intervenção são francamente melhores.
M: Devo dizer-lhe que é a pessoa em quem confio para tratar das minhas lesões e sei que não sou a única. Como se sente por ser tão requisitado, inclusivamente por jogadores a jogar no estrangeiro?
PB: Em primeiro lugar obrigado pelo voto de confiança, fico grato por isso. É sempre muito bom ter a confiança dos nossos atletas, muito mais quando se tratam de atletas de alto rendimento e com algum destaque no panorama do desporto nacional. Acaba por ser um incentivo à continuação do meu trabalho, sinal de que as pessoas estão satisfeitas com o meu empenho e com os resultados que ele produz, e motivo de agradecimento a esses atletas que, muitas vezes com todos os recursos possíveis disponibilizados optam pelos meus serviços, o que é um voto de confiança.
M: Optou por uma formação voltada para a vertente desportiva. Qual o motivo dessa opção?
PB: Sempre gostei de desporto, de vários aliás. E para ser franco, ao ingressar no curso de Fisioterapia, nem tinha bem a ideia de todas as áreas em que podíamos trabalhar, o que é caricato pois estava a entrar num curso superior e nem conhecia bem todas as suas potencialidades, como o trabalho nas áreas respiratória, neurológica ou pediátrica, por exemplo. Para mim eu ia ser Fisioterapeuta para trabalhar com atletas. Agrada-me o trabalho com esta população tão especial, porque do ponto de vista de reabilitação podemos realizar coisas que não realizamos com outro tipo de pacientes. E ao mesmo tempo porque acabamos envolvidos em tudo o que é a responsabilidade de voltar a pôr um atleta a jogar. E por último porque é muito satisfatório constatarmos que contribuímos para que um indivíduo possa voltar a executar tarefas que do ponto de vista físico, ou biomecânico, são tão complicadas e tão exigentes, que caso o Fisioterapeuta não intervisse, nunca poderiam voltar a ser realizadas após determinada lesão. A vitória do atleta no processo de recuperação acaba por ser nossa também.
M: Apesar de ainda ser jovem, já possui a experiência de trabalhar em clubes, na sua clínica e agora também dá aulas, além de que ainda arranja tempo para estudar, uma vez que está a tirar mais um curso. Afinal, qual o seu grande objectivo?
PB: Penso que é o de toda a gente que trabalha nesta área, ser cada vez melhor profissional e melhorar a minha capacidade de resposta aos problemas que vão surgindo por parte dos pacientes. Ou seja, desejo evoluir. A escolha dos cursos vem pela pertinência que eles revelam na área em que actuo, pois acredito que além de melhorarem os meus conhecimentos na área de desporto e actuação em ortotraumatologia, trouxeram-me mais soluções no tratamento dos pacientes, e uma visão mais alargada e menos restrita de certos problemas.
M: E ter a sua própria clínica foi um sonho realizado?
PB: Da maneira como ela está estruturada foi, sem dúvida. Tive o privilégio de poder construir, juntamente com os meus colegas e sócios, um espaço com parte dos requisitos que considero importantes no trabalho com atletas, além de alguns recursos que não são muito comuns noutros espaços. Por ter feito um espaço, em parte à minha medida e onde trabalho com tempo e disponibilidade para os meus pacientes, sem ter de estar centrado apenas no factor tempo/facturação, trabalhar na minha clínica constitui uma enorme satisfação pois permite-me trabalhar como eu sempre gostei de o fazer.
M: É frequente ter na clínica atletas a debelar lesões. A Fisioterapia desportiva é a sua grande paixão?
PB: Sem dúvida. Como já foquei numa questão anterior, é de facto a área com a qual me identifico e na qual gosto mais de trabalhar. E também a única, juntamente com a ortotraumatologia geral, em que trabalho. Não lido com pacientes de outro foro que não esses.
M: E pegando na pergunta anterior, na sua opinião, como está a Fisioterapia desportiva em Portugal?
PB: Bem, creio eu. Nos últimos anos tem-se verificado uma emergência de bons profissionais. Colegas interessados em evoluir e que cada vez mais se preocupam em tratar os seus atletas baseados em dados e evidência científica, deixando de parte o empirismo que durante muitos anos tem estado associado à reabilitação nesta área. Mesmo da parte dos clubes verifica-se um crescente interesse na contratação de Fisioterapeutas. Acho que as pessoas já entenderam que podemos fazer a diferença relativamente a outros profissionais, com todo o respeito que me merecem, e procuram os nossos serviços. Infelizmente o momento financeiro actual do desporto em Portugal não é o melhor, o que ainda condiciona em parte a nossa evolução.
M: E para terminar, qual é o seu grande sonho enquanto Fisioterapeuta?
PB: Essa pergunta é a mais complicada. Creio que parte dos meus objectivos já foram concretizados, que eram a possibilidade de trabalhar de forma independente, na área que gosto e num espaço agradável. Outro era trabalhar com atletas de alta competição, o que felizmente tem acontecido pois além de deslocações à Alemanha, no último ano, para tratar um atleta, tenho dado assistência a jogadores de diversas ligas.
De momento estou a trabalhar com um atleta que se encontra na Bulgária, já tratei um atleta do campeonato angolano, ou seja, sinto-me num período de evolução e estou grato por isso. E também pelos atletas das competições nacionais que tenho o privilégio de ter na clínica, tal como tu. Como objectivo máximo seria trabalhar num grande clube de futebol a nível Europeu, por tudo o que isso representa. Isso seria fantástico, apesar dos sacrifícios que engloba.
Paulo Barreira na primeira pessoa...
Mélissa: Certamente ainda se lembra da primeira vez que recorri à sua clínica para que me tratasse uma lesão que ninguém conseguia tratar. Quer contar-nos qual foi a sua primeira impressão?
Paulo Barreira: Com franqueza a primeira impressão foi a de conhecer uma atleta que se apresentava com um elevado grau de motivação para solucionar uma lesão que a vinha a condicionar há algum tempo, mas com um certo receio de ver defraudadas as suas expectativas em relação a mais um processo de recuperação, com um Fisioterapeuta até à data desconhecido, uma clínica que não conhecia, etc.
M: Cedo se apercebeu da importância da bola na minha vida. Como encarou a responsabilidade de me devolver a alegria de voltar a jogar sem limitações?
PB: É sempre uma tarefa complicada. Intervir em casos de lesões com carácter crónico como a tua traz-nos sempre obrigações acrescidas, uma vez que temos de pensar sempre que já algumas coisas foram tentadas sem sucesso, ou que existe alguma condicionante no processo de reabilitação. A juntar a isso lida-se sempre com um grau de ansiedade por parte do paciente. Claro que existiu de minha parte a responsabilidade e desejo pessoal de que as coisas corressem bem, pois acaba por ser motivante para mim como Fisioterapeuta encarar esse tipo de desafios, ou seja, intervir em lesões com cronicidade associada, e depois verificar que o atleta volta a estar satisfeito com o seu rendimento físico. É de facto motivante e a melhor parte da nossa profissão, a meu ver, claro!
M: E como me caracteriza enquanto sua paciente?
PB: Da melhor maneira, penso eu. E digo isto porque para mim, enquanto Fisioterapeuta, gosto de trabalhar com atletas na verdadeira essência da palavra, ou seja, que respeitem o seu corpo para atingir os índices físicos que se propõem e para estarem continuamente a melhorar. Classifico-te como uma dessas atletas. E depois claro, tendo essa consciência do respeito pelo teu corpo tornas-te uma pessoa que nos processos de recuperação, da mais complicada à simples lesão, colaboras a 100%, e além de motivador para mim, os resultados da intervenção são francamente melhores.
M: Devo dizer-lhe que é a pessoa em quem confio para tratar das minhas lesões e sei que não sou a única. Como se sente por ser tão requisitado, inclusivamente por jogadores a jogar no estrangeiro?
PB: Em primeiro lugar obrigado pelo voto de confiança, fico grato por isso. É sempre muito bom ter a confiança dos nossos atletas, muito mais quando se tratam de atletas de alto rendimento e com algum destaque no panorama do desporto nacional. Acaba por ser um incentivo à continuação do meu trabalho, sinal de que as pessoas estão satisfeitas com o meu empenho e com os resultados que ele produz, e motivo de agradecimento a esses atletas que, muitas vezes com todos os recursos possíveis disponibilizados optam pelos meus serviços, o que é um voto de confiança.
M: Optou por uma formação voltada para a vertente desportiva. Qual o motivo dessa opção?
PB: Sempre gostei de desporto, de vários aliás. E para ser franco, ao ingressar no curso de Fisioterapia, nem tinha bem a ideia de todas as áreas em que podíamos trabalhar, o que é caricato pois estava a entrar num curso superior e nem conhecia bem todas as suas potencialidades, como o trabalho nas áreas respiratória, neurológica ou pediátrica, por exemplo. Para mim eu ia ser Fisioterapeuta para trabalhar com atletas. Agrada-me o trabalho com esta população tão especial, porque do ponto de vista de reabilitação podemos realizar coisas que não realizamos com outro tipo de pacientes. E ao mesmo tempo porque acabamos envolvidos em tudo o que é a responsabilidade de voltar a pôr um atleta a jogar. E por último porque é muito satisfatório constatarmos que contribuímos para que um indivíduo possa voltar a executar tarefas que do ponto de vista físico, ou biomecânico, são tão complicadas e tão exigentes, que caso o Fisioterapeuta não intervisse, nunca poderiam voltar a ser realizadas após determinada lesão. A vitória do atleta no processo de recuperação acaba por ser nossa também.
M: Apesar de ainda ser jovem, já possui a experiência de trabalhar em clubes, na sua clínica e agora também dá aulas, além de que ainda arranja tempo para estudar, uma vez que está a tirar mais um curso. Afinal, qual o seu grande objectivo?
PB: Penso que é o de toda a gente que trabalha nesta área, ser cada vez melhor profissional e melhorar a minha capacidade de resposta aos problemas que vão surgindo por parte dos pacientes. Ou seja, desejo evoluir. A escolha dos cursos vem pela pertinência que eles revelam na área em que actuo, pois acredito que além de melhorarem os meus conhecimentos na área de desporto e actuação em ortotraumatologia, trouxeram-me mais soluções no tratamento dos pacientes, e uma visão mais alargada e menos restrita de certos problemas.
M: E ter a sua própria clínica foi um sonho realizado?
PB: Da maneira como ela está estruturada foi, sem dúvida. Tive o privilégio de poder construir, juntamente com os meus colegas e sócios, um espaço com parte dos requisitos que considero importantes no trabalho com atletas, além de alguns recursos que não são muito comuns noutros espaços. Por ter feito um espaço, em parte à minha medida e onde trabalho com tempo e disponibilidade para os meus pacientes, sem ter de estar centrado apenas no factor tempo/facturação, trabalhar na minha clínica constitui uma enorme satisfação pois permite-me trabalhar como eu sempre gostei de o fazer.
M: É frequente ter na clínica atletas a debelar lesões. A Fisioterapia desportiva é a sua grande paixão?
PB: Sem dúvida. Como já foquei numa questão anterior, é de facto a área com a qual me identifico e na qual gosto mais de trabalhar. E também a única, juntamente com a ortotraumatologia geral, em que trabalho. Não lido com pacientes de outro foro que não esses.
M: E pegando na pergunta anterior, na sua opinião, como está a Fisioterapia desportiva em Portugal?
PB: Bem, creio eu. Nos últimos anos tem-se verificado uma emergência de bons profissionais. Colegas interessados em evoluir e que cada vez mais se preocupam em tratar os seus atletas baseados em dados e evidência científica, deixando de parte o empirismo que durante muitos anos tem estado associado à reabilitação nesta área. Mesmo da parte dos clubes verifica-se um crescente interesse na contratação de Fisioterapeutas. Acho que as pessoas já entenderam que podemos fazer a diferença relativamente a outros profissionais, com todo o respeito que me merecem, e procuram os nossos serviços. Infelizmente o momento financeiro actual do desporto em Portugal não é o melhor, o que ainda condiciona em parte a nossa evolução.
M: E para terminar, qual é o seu grande sonho enquanto Fisioterapeuta?
PB: Essa pergunta é a mais complicada. Creio que parte dos meus objectivos já foram concretizados, que eram a possibilidade de trabalhar de forma independente, na área que gosto e num espaço agradável. Outro era trabalhar com atletas de alta competição, o que felizmente tem acontecido pois além de deslocações à Alemanha, no último ano, para tratar um atleta, tenho dado assistência a jogadores de diversas ligas.
De momento estou a trabalhar com um atleta que se encontra na Bulgária, já tratei um atleta do campeonato angolano, ou seja, sinto-me num período de evolução e estou grato por isso. E também pelos atletas das competições nacionais que tenho o privilégio de ter na clínica, tal como tu. Como objectivo máximo seria trabalhar num grande clube de futebol a nível Europeu, por tudo o que isso representa. Isso seria fantástico, apesar dos sacrifícios que engloba.
1 comentário:
Olá Mely...
Fiquei feliz quando acreditaste em mim no dia em que te disse que te iria levar ao melhor Fisioterapeuta.
Com o tempo fui ficando ainda mais feliz com a forma como, com a preciosa intervenção dele, foste conseguindo debelar aquela já famosa lesão.
Hoje, perante esta entrevista e perante a forma como confias nele, acho que não preciso de te dizer mais nada.
Para o Paulo, meu amigo pessoal de longa data, fica um obrigado pela forma como te trata e trata todas as nossas atletas. Fica também o meu regozijo por tudo aquilo que já é, com a certeza que não tarda e terá o lugar de destaque, na Fisioterapia Desportiva, que tanto merece.
Parabéns para os dois.
Cumprimentos,
EP
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