23 de fevereiro de 2010

ENTREVISTA A MÁRIO CARREIRAS...

Mário Carreiras, conhecido no futsal por Marinho, é actualmente o camisola 15 do SL Benfica e internacional por Portugal... Jovem e muito talentoso, trata a bola com descrição, a mesma descrição e simplicidade que tive o prazer de constatar na Gala dos Prémios "O Minhoto", onde venceu o prémio para o qual estavamos nomeados.

Marinho na primeira pessoa...

Mélissa: A excelente carreira desportiva que vai desenhando, conta já com um importante percurso desportivo. Quer falar-nos desse percurso e quando tudo começou?
Marinho: Tudo começou no clube do meu bairro "os fatigados", onde tive a oportunidade de dar os primeiros passos e jogar com os amigos, foi uma ligação dos 10 aos 15 anos. Depois surgiu a oportunidade de representar o Boavista, onde estive 3 anos fantásticos, com 4 treinadores diferentes mas que ajudaram muito a minha evolução como jogador e como pessoa. Aos 18 anos apareceu a Fundação Jorge Antunes e a oportunidade de ser profissional, poder dedicar-me inteiramente ao futsal. Foram 5 anos muito bons a nível desportivo e pessoal, num clube que vai para sempre no coração e ao qual tenho de agradecer por tudo, inclusive pela disponibilidade de negociarem com o Benfica, o que me permitiu dar o salto para o clube do meu coração.
Mélissa: Cada vez mais é importante que os atletas sintam apoio dos que lhe são mais próximos. Teve sempre o apoio familiar? Sentia necessidade desse apoio?
Marinho: Sim, felizmente tive sempre o apoio dos meus familiares, o que na fase de formação ajudou muito.
Mélissa: Ser profissional no futsal não é para todos, porque apesar do desenvolvimento que já vai tendo, ainda não é uma modalidade muito apoiada. Alguma vez se imaginou ser atleta profissional de futsal?
Marinho: Nunca tinha pensado nisso. Jogava somente por prazer mas por volta do meu 2.º ano de Boavista fizeram-me uma proposta de contrato. Nesse mesmo ano tive algum contacto com os séniores, o que me permitiu ter uma noção da realidade do futsal no nosso país. A partir daí ser profissional passou a ser um objectivo.
Mélissa: E a primeira chamada à selecção nacional? Consegue descrever o que sentiu? Ainda hoje sente a mesma emoção?
Marinho: A primeira chamada foi uma surpresa enorme. Tinha 17 anos e foi para um estágio de observação. Foi fantástico, com essa idade, ter contacto com os melhores jogadores portugueses, serviu-me de incentivo. Já a 1.ª internacionaliação foi mais marcante, o concretizar de um sonho e um objectivo. Depois desse dia cada convocatória é um dia de "nervos", passo o dia na internet à espera que sejam divulgados os nomes e sempre que está lá o meu é uma alegria enorme.
Mélissa: As boas exibições ao serviço da Fundação Jorge Antunes não deixaram ninguém indiferente e a prova está que, além dos prémios individuais, recebeu o convite de uma das melhores equipas nacionais, o SL Benfica. Como tem vivido esta experiência?
Marinho: Tem sido fantástcio. Encontrei um grupo forte, um clube gigante, que dá aos jogadores todas as condições para no dia-a-dia fazermos aquilo que gostamos. Tive uma adaptação fácil à cidade e ao clube. Depois tive a felicidade de no meu primeiro jogo oficial ganharmos um título, a supertaça, que era uma coisa que perseguia há já algum tempo.
Mélissa: Como se caracteriza enquanto jogador?
Marinho: Vejo-me como um jogador de equipa, com um bom passe e recepção. Depois no ataque gosto de procurar o desequilíbrio, o passe a rasgar, o drible.
Mélissa: Como vê, actualmente, a evolução da modalidade no nosso país?
Marinho: Nos últimos anos o futsal no nosso país teve um crescimento enorme. A entrada do Benfica na modalidade fez com que crescesse em muitos aspectos mas penso que neste momento estagnou um pouco. Alguns clubes de top começaram a desinvestir, ospatrocinadores já aparecem em menor número. Espero que este resultado fantástico que Portugal conseguiu no último europeu permita dar maior visibilidade à modalidade, para que possa novamente crescer e quem sabe um dia temos uma liga completamente profissional.
Mélissa: O futsal feminino ainda não tem a projecção do futsal masculino. Como jogadora de futsal não poderia deixar de lhe perguntar o que pensa em relação ao futsal feminino...
Marinho: Acompanho com alguma regularidade jogos de futsal feminino. A nível táctico e técnico tenho notado uma evolução enorme. Já em relação à projecção, penso que devia ser maior, acho que os jornais, sites, etc. deviam acompanhar mais de perto. Já os clubes penso que também poderiam divulgar mais e melhor os jogos.
Mélissa: Para terminar, qual é o seu maior desejo e perspectivas para o futuro?
Marinho: Os meus desejos a nível desportivo passam por títulos, ganhar todas as competições que estamos a disputar. A nível da Selecção Nacional passa por fazer parte das escolhas do seleccionador. É sempre um orgulho enorme representar a selecção.

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns Mélissa por mais uma entrevista.
Parabéns Mário pelo percurso percorrido, que o levou a estar entre os grandes, no clube e na selecção.
Continue a trabalhar bem para alcançar os objectivos a que se propõe... os títulos em disputa. Os adeptos agradecem.

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